quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Álgido

A primavera se aproxima,
e agora de minha janela já sou capaz de ver as flores,
que lentas, que majestosas
desabrocham, renascem

A primavera se aproxima,
mas olhando em seus olhos
verdes, opacos, fúnebres,
percebo que o inverno não terá fim.

Em teu peito há um coração congelado,
sem flores, sem beleza, sem esperança, sem nada
só o frio,
esse frio insistente e inabalável.

A primeira se aproxima,
mas você não é capaz de ver as flores,
você não é capaz de ver beleza alguma.

A primavera se aproxima,
mas tuas palavras são granizo,
e teus olhos verdes,
permanecem opacos, fúnebres…

A primavera se aproxima,
mas tuas mãos permanecem frias,
mãos tão frias, frias, frias
mas teu toque ainda aquece meu peito,
meu corpo, minha alma...

A primavera se aproxima,
mas você não pode ser aquecido,
não pode ser reanimado,
Porque sempre terá esses mesmos olhos verdes, opacos e fúnebres  

A primavera se aproxima,
mas dentro de mim agora há um coração congelado,
sem flores, sem beleza, sem esperança, sem nada,
só o frio,
e esse garoto,
com seus olhos verdes e opacos…

com seus lábios azuis...

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